"Virou-se confusa, fitou os olhos mansos da face que lhe observava paciente. Desferiu atordoada:
- E a dor? Que há de fazer dela?
- A dor? Acostuma-te dela. Em dias de solidão, será essa tua única companhia.
As palavras doloridas, fizeram-se brandas no tom de voz em que foram proferidas.
Perdas, palavras, sentimentos e sentimentalismos...Que há de fazer deles?
Pra quem perde sempre, encontra na lamúria drástica da morte, algo que não lhe tiram.
Amores, família, dinheiro, amigos, poesias...
Há de perder-se, triste fim!
A Morte?
Uma vez dada, eterna lhe convém.
Riu-se disso, e num último e preguiçoso suspiro... Exclamando se entregou:
- Ah, esta é minha... Pra quem perde sempre, esta ninguém me tira...
Seus olhos se fecharam, seu meio-sorriso mórbido se foi, deu lugar a algo dela e só dela!
A morte... Nem sempre é tão ruim..."
Rafaella Moura
Arrepiante e belo! Me identifico muito com seus textos.
ResponderExcluirRafaella, gostei da tua prosa.
ResponderExcluirParabéns pelo blog.
Jefferson.