sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

'Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.'

Fernando Pessoa




sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

De mãe para filha...

CADA PALAVRA UM SENTIMENTO,
CADA FRASE UM LAMENTO,
OU TAMBEM UMA GARGALHADA,
ABAFADA NUMA RISADA...
ESCONDIDA,MÃO NA BOCA...
VOCE É ASSIM,MEIO LOUCA!
MEIO ADULTA,MEIO MENINA..
QUE TODA DIA ME ENSINA..
A SER MÃE,A SER CRIANÇA,
A VIVER..TER ESPERANÇA...
VOCE É ASSIM,A PIADA ENGRAÇADA,
QUE ME FAZ DAR TANTA RISADA...
JUSTAMENTE QUANDO MAIS PRECISO,
VOCE ME FAZ PERDER O JUIZO...
FICO ALI...BOBA TE OLHANDO,
ESPERANDO O PROXIMO GRACEJO...
E MAIS UMA VEZ,
EM VOCE FILHA...
ME VEJO!!!!

Na janela de um ônibus


Da janela de um ônibus
passa árvore,
passa gente,
passa carro,
passa cachorro
e também gato,
passa farol,
passa a esquina
e o sobrado
Todo dia mesma coisa
acordar cedo,
café da manhã,
ir até o ponto de ônibus
e tudo passa de novo ...


Rafaella Moura

Minha primeira poesia, 09/11/02



Domingos, segundas...semanas!


- Amanhã é segunda...-
resmunga a menina.
- É sim...-concorda a avó.
- Eu odeio segunda-feira. Sempre vem depois de domingos tediosos.
- O melhor dia é sábado.
- Não é não, vó. Porque depois vem o domingo tedioso e a segunda chata.
- Então a semana deveria começar na terça.
- Mas as segundas seriam monótonas. Deveria começar no domingo.
- O domingo tedioso seria a segunda chata.
- E se fosse tudo fim-de-semana?
- Todos os dias seriam monótonos! Não deveria haver domingo.
- Mas se não houvesse domingo, então outro dia teria esse papel.
- Então não tem jeito né?!
- Não vó...
- Vamos deixar como está...
- Sim, domingo vai ser sempre domingo...
- E segunda sempre segunda...
Conformam-se avó e neta e terminam assim, o domingo tedioso.


Rafaella Moura

Memórias

Sonho
E acordada
Minha alma busca a tua
E tão sozinha ela se perde
Perdida e tão vazia
Tão vazia quanto fria
Na esperança ela se agarra
E sussurros lança ao vento
O teu beijo foi guardado
Coração já em pedaços
Tomou rumos diferentes
Separados em distância
Indo
e sem querer
E mágoa, lágrimas
Amor acabado
Tão quanto pôde ser reparado
Tornou-se lindo
E assim
Para sempre será lembrado.


Rafaella Moura

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Apaixone-se!!

Ah, essas paixões!
Alucinantes paixões que nos fazem dizer "pra sempre" e no minuto em que se acabam, dizemos "nunca mais". Mas nunca mais é muito tempo e somos todos loucos; nos apaixonamos de novo.
Se passa, nos perguntamos: valeu a pena?
Cada segundo!
Incontroláveis desejos, inconfundíveis olhares, infinitas emoções.
Se te dizem que é loucura, esse alguém nunca se apaixonou ou não lhe foi intenso o suficiente para que lhe recordasse boas sensações.
Se lhe perguntam o "por que", é apenas impossível explicar.
Paixão não tem justificativa, apenas acontece!
E nesses casos e acasos muitas coisas passam e sobram apenas memoráveis experiências.
E se tratando de paixão, quando não resta mais nada, impagáveis são as recordações.

[subliminar] Apaixone-se! [/subliminar]


Rafaella Moura

Solidão


Luz da lua, estrela tua
Doce brilho, noite amarga
Clama a alma, dor atroz
Em chamas
Solidão...
A tua presença, me faz falta
Contradição
Venha a mim, que me acalma
Pranteia a alma
Busca em face, respostas
Incógnita
Vai-se a noite, raia o sol
Triste ilusão, sonho ruim
Apenas solidão...


Rafaella Moura

Espelho e poesia


Eu me iludo, eu espero
eu sonho e busco
me perco tentando encontrar
eu falo alto e me arrependo fácil
eu choro e g r i t o
eu me acalmo em risos
me olho no espelho e vejo
que minhas piadas já não são ENGRAÇADAS
meu sorriso é falso
minha mente é c o n f u s a
a porta do meu quarto está fechada
minha cama está desarrumada
minhas roupas estão espalhadas
minha vida, d e s o r g a n i z a d a
minhas poesias perderam o sentido
minhas noites duram dias
minhas horas são mais longas
todo dia acordo pensando
daqui eu não saio
C a n s ei
de fugir, de chorar, de me arrepender
Hoje não tenho mais medo
nem de amar, nem de perder
nem de trovões, nem de vencer
Enfrentei meus demônios
e encarei a tempestade
Fui de cara pro destino e
encontrei a liberdade
Estou viva e estou vivendo
E se quiser me seguir
mantenha distância.


Rafaella Moura
.

Por mim

eu viveria na estrada,
correndo com o vento,
não esperaria por nada
levando as saudades na mala
voando apenas nos meu pensamentos
esquecendo as tristezas, os tormentos
imaginaria desenhos nas nuvens,
inventaria formas com as estrelas,
acamparia, faria fogueira!
E se tudo fosse fácil assim,
te levaria comigo, pra longe
a caminho do esquecimento!
Carros, buzinas, fumaças...
Casas, luzes, barulhos...
Vida sem graça !
Quem precisa disso tudo, afinal?
Eu não!
Apenas do vento, da estrada...
Mais nada!



Rafaella Moura

Flores na Janela

Foi apenas um olhar
pela janela entre-aberta
Viu um novo mundo surgir
e sua antiga idéia partir

E pintado de lindas flores
coloridas de ilusão
Pois tentando alcançá-las
estendeu-lhe sua mão

Nada a imperdira
de colhe-lás com o coração
Encheu de cores os olhos,
de esperança e de emoção

Tomada pela fadiga
Pela última vez lutou
Colocou-se em pé de novo
E a ilusão ela abraçou.


Rafaella Moura
Me cansei desta monotomia arranjada, conformista...Desta vida vazia, estagnada, persuasiva e saturada.
Pensativa e cansada, apenas vivo sem uma chance de prelúdio, a vida é esta e não se pode pré-viver para saber onde nunca errar, o que fazer ou como ganhar.
Sigo meus passos ao acaso dos fatos buscando em vão, soluções, receitas mágicas, respostas exatas... Inganação. Penso comigo buscando otimismo.
Ah! Esta situação...
Apresso-me a escrever e quem sabe por assim dizer, eu vire a mesa do destino e ganhe o jogo nesta minha busca por não sei o quê. Sinto faltar algo, falta brilho, falta vida, faltam respostas. Escrevendo nestas linhas coisas com tanto sentido quanto pode-se entender, me clareio e me expresso nas entrelinhas e você; que nem tente me entender!
Exclamando em um desabafo queria ser um pássaro e voar para onde tudo se pode esquecer.
Vejo então, que em mim há uma voz e a sufoco com lágrimas quando esta deseja acordar. Pois gritar para quê? Grito comigo, num grito vazio por dentro. E basta.
Ainda tenho resquícios de um grito impregnado na garganta que nunca chegou a ter voz. Virou lembrança das últimas causas não resolvidas, das últimas esperanças.
Feito criança mimada recolho-me na cama embalada em choro, esperança e poesia.
Assim com um toque de drama, incenso e silêncio, desabafo em palavras e me acalmo, pois penso que em tudo acha-se solução.
Afinal, gritar por dentro ou sonhar alto, não me livrará do amanhã, tão pouco me trará de volta, o passado!


Rafaella Moura